Sinta-se em casa! Não costumo publicar diariamente, mas só quando sobra um tempinho e tenho inspiração para um tema interessante. Sou perfeccionista e todos os textos são resultados de pesquisas, cujas fontes são sempre informadas. Divirta-se, critique, indique...

quarta-feira, 2 de março de 2011

TELENOVELAS E TURISMO

Antes mesmo de escrever a primeira linha deste texto, tive mais uma comprovação – just in time – das propagandas veiculadas nas telenovelas brasileiras: acabou de acontecer uma na novela Ti ti ti... a patricinha Camila, muito bem interpretada pela atriz Maria Helena Chira, falou em alto e bom tom ao Érico: EU FAÇO MODA NA FAAP[1]. Além do texto, várias cenas são ambientadas na renomada faculdade da capital paulista. Este é apenas um exemplo das diversas formas que a telenovela brasileira arranjou de ganhar uma graninha extra que, sinceramente, não sei se vai para o autor ou para a rede televisiva.

Há muito tempo o público assiste aos enredos que mostram paisagens belíssimas fora do eixo Rio-São Paulo. Quem não se lembra das praias do Ceará, exibidas na novela Tropicaliente em 1994? A própria novela Araguaia comprova, pois além das praias do Rio Araguaia, já foi mostrada a cidade de Pirenópolis, incluindo seus atrativos culturais.

Em Senhora do Destino, Maria do Carmo fugiu de Belém do São Francisco, no Pernambuco, passando por locais belíssimos até chegar ao Rio de Janeiro. No final da novela a inesquecível psicopata Nazareth Tedesco se matou ao pular de uma ponte sobre a Cachoeira de Paulo Afonso. Agora, mais uma vez, a região será palco de uma nova novela da Rede Globo: Cordel Encantado.

Segundo o diretor da Secretaria de Turismo de Piranhas, Jairo Oliveira, o processo de negociação para vinda da novela começou no mês de novembro de 2010 com visitas e apoio logístico da SECTUR Piranhas e do gestor do APL de Turismo Caminhos do São Francisco, Meraldo Rocha.
(...)
Para Danielle Novis, secretária de Estado do Turismo de Alagoas, “com as gravações, a Região do São Francisco fortalecerá o turismo local, além de dinamizar os serviços/produtos e promover os atrativos, como: belezas naturais, artesanato, cidades históricas, roteiros integrados como Rota do Cangaço e Caminhos do Imperador, todos receberão visibilidade e a região vai ganhar, movimentando a economia local, gerando emprego e renda”.[2]

Os exemplos são inúmeros e merecem um estudo mais aprofundado. Mas não são só os exemplos nacionais que merecem destaque neste texto:

Lisboa vai ser o cenário para a gravação de algumas acções da telenovela brasileira Viver a Vida, numa iniciativa promovida pelo Turismo de Lisboa, Turismo de Portugal e IAPMEI[3]. O objectivo é promover a capital portuguesa junto do público brasileiro.
As gravações feitas em Lisboa serão exibidas no decorrer desta telenovela de horário nobre da TV Globo, e transmitida pela SIC[4], vista diariamente por milhões de telespectadores no Brasil e Portugal.
A iniciativa, que visa aumentar o interesse pelo destino turístico Lisboa, envolve a participação das personagens Bruno e Felipe, representadas pelos actores brasileiros Thiago Lacerda e Rodrigo Hilbert. Como fotógrafos, os dois galãs estarão empenhados na cobertura de um evento de moda em Lisboa (19/mar/2010).[5]

Viver a Vida, aliás, foi uma novela que divulgou diversos destinos internacionais, como as cidades Petra, Jerash e Amã (todas na Jordânia), Paris, Jerusalém e Lisboa.

Laços de Família também usou e abusou dos destinos internacionais e mostrou o Japão, a cidade de Oxford, na Inglaterra, além de Veneza, na Itália.

Tá bom! Eu sei que você está pensando em O Clone e Caminho das Índias! Marrocos, Egito, Índia, Dubai...

Não cabe a este texto confirmar a hipótese de que os noveleiros de plantão sintam-se motivados a conhecer os destinos turísticos mostrados nas novelas, mas se não houvesse incremento de fluxo receptivo nestes locais não haveria interesse dos órgãos de turismo em atrair a atenção dos autores e das redes de TV.

O que realmente importa é que a abrangência das telenovelas brasileiras é tão grande que estas acabam se tornando um importante veículo de propaganda de todos os tipos, para todos os países do mundo. Somente a novela Escrava Isaura foi exibida em cerca de 130 países desde a sua gravação e exibição no Brasil, em 1976.

Como muitas telenovelas são adaptações de grandes obras literárias brasileiras, acredito que seja inevitável a divulgação de uma localidade sem que haja necessariamente uma ação de marketing por parte dos órgãos municipais ou estaduais de turismo. Mas a produção da novela pode sempre optar por fazer as gravações em estúdio ou nas cidades cenográficas caso não haja um incentivo mais “efetivo”, afinal transportar equipamentos, montar estruturas, obter autorizações sem fim, passagens aéreas, traslados, segurança, hospedagem, alimentação, seguros diversos e demais providências não deve ser tarefa das mais simples, nem tão pouco baratas.

Não posso deixar de citar Jorge Amado – Tieta do Agreste, Dona Flor e seus Dois Maridos, Gabriela Cravo e Canela; João Ubaldo Ribeiro – O Sorriso do Lagarto; José Lins do Rego - Riacho Doce, cujas obras foram recriadas pela Rede Globo e levadas ao público, tornando famosas algumas localidades antes desconhecidas do público em geral.

Se você pensava que as telenovelas só geravam motivação para as fofocas e os assuntos rotineiros, estava enganado. Assista a uma novela, viaje na pele dos seus personagens e, se tiver uma oportunidade, vá conhecer in loco os seus lugares prediletos.

Boa Viagem!


[1] FAAP: Fundação Armando Álvares Penteado
[2] Fonte: http://www.nordesturismo.com.br/noticias/regiao-do-sao-francisco-sera-cenario-da-proxima-novela-da-globo-%E2%80%9Ccordel-encantado%E2%80%9D/
[3] IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, Portugal.
[4] SIC – Sociedade Independente de Comunicação, canal de TV aberto de Portugal.
[5] Fonte: http://www.briefing.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=6984:turismo-de-lisboa-promove-cidade-em-novela-da-rede-globo&catid=35:marketing&Itemid=54

SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE MEIOS DE HOSPEDAGEM

Mais uma nova Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem entra em vigor no Brasil. Segundo o site do Ministério do Turismo[1], o Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem é voluntário, mas os estabelecimentos interessados em obter a certificação deverão fazer o cadastramento no Cadastur[2] – sistema de cadastramento de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo. A classificação será feita por profissionais competentes da área.

A classificação dos meios de hospedagem é utilizada mundialmente como forma de informar o turista sobre diversos aspectos do estabelecimento escolhido, como por exemplo a infra estrutura de lazer e serviços disponíveis. Quem escolhe se hospedar num hotel de 3 estrelas já sabe que não vai encontrar um parque aquático ou grandes espaços para eventos; o contrário ocorre se o estabelecimento em questão for um resort de 5 estrelas.

A avaliação do meio de hospedagem será efetuada considerando três requisitos básicos, chamados de mandatórios:
            - Infra estrutura;
            - Serviços;
            - Sustentabilidade.

A novidade agora, em comparação com DN 429 – antiga matriz de classificação geral de meios de hospedagem, é a Sustentabilidade, que considerará os aspectos relacionados ao Meio Ambiente, Sociedade e Satisfação dos Hóspedes. Segundo o próprio Ministério do Turismo, as ações de sustentabilidade estão relacionadas ao “uso dos recursos de maneira ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável, de forma que o atendimento das necessidades atuais não comprometa a possibilidade de uso pelas futuras gerações”.

Eu, particularmente, não acredito muito que este item será analisado com rigor, já que a grande maioria dos meios de hospedagem coloca algumas “ações” ambientais e sociais apenas como forma de obter vantagens econômicas sem o efetivo compromisso com o meio ambiente ou a sociedade. Um bom exemplo é a velha historinha “pra boi dormir” que implora aos hóspedes que reutilizem suas toalhas de banho, com a desculpa que todo ano milhões de litros de produtos de limpeza são utilizados na lavagem do enxoval dos hotéis. Oras, se existe realmente a preocupação com o meio ambiente, por que é que os hotéis não fazem o crédito referente ao custo de lavanderia na conta corrente do hóspede? Mas, ao contrário, esta reutilização das tolhas de banho significa que o hotel vai economizar na conta de lavanderia e, conseqüentemente, seu lucro vai aumentar.  Da mesma maneira, os hotéis poderiam incentivar a produção de hortifruti na região onde estão instalados, utilizando estes produtos no cardápio do restaurante. Utilizar produtos de fontes renováveis, adotar a energia solar com o uso de placas de células fotovoltaicas, aquecimento solar, comprar produtos que não sejam embalados em plástico ou isopor, oferecer amenities igualmente livres do maldito plástico, fazer a separação do lixo: isto são ações voltadas ao meio ambiente. E o que dizer da contratação de funcionários? Oferecer treinamento constante, registrar os funcionários e pagar todos os tributos, oferecer convênio médico e odontológico, dar suporte psicológico ao funcionário e à família, permitir o desenvolvimento pessoal e profissional, ter um plano de carreira claro e objetivo, inibir e fiscalizar casos de assédio moral, ter o mínimo de ações trabalhistas, proporcionar o acesso à educação, e mais infinitas ações que estão ligadas à Responsabilidade Social. O entorno do estabelecimento também deve ser levado em consideração; ações junto ao poder público podem trazer benefícios à população, como saneamento básico, sinal de telefonia celular, atendimento médico, pavimentação de ruas e estradas, melhorias na área de habitação, qualificação profissional e ensino público de qualidade.

Mas um ponto positivo deve ser destacado: finalmente houve um parecer com relação à tipologia de meios de hospedagem, antes não formalizada pelo poder público e órgãos competentes. Surge no novo sistema de classificação a distinção entre alguns tipos mais comuns: Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama & Café (o internacionalmente conhecido Bed & Breakfast), Hotel Histórico, Pousada e, finalmente, os Flats e Apart-Hotéis. Outras tipologias foram deixadas de fora, acredito, por não terem características que possam variar do simples ao luxuoso, como Acampamento, Camping, Albergue e Hospedaria.

A Classificação concedida tem validade de três anos e, neste meio tempo, o estabelecimento será visitado – cerca de 18 meses após a classificação inicial, para haver a ratificação da classificação. Obviamente os custos com a classificação são de responsabilidade do estabelecimento que a solicitou e acredito que incluam todas as despesas de transporte, hospedagem e alimentação dos avaliadores, além dos honorários cobrados pelo INMETRO e impostos, claro... estes não poderiam faltar!


[1] http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/qualificacao_equipamentos/classificacao_hoteleira_2.html
[2] http://www.cadastur.turismo.gov.br/cadastur/index.action

MAREMOTOS PODEM ATINGIR O BRASIL?

Todos dizem que Deus é brasileiro, por vários motivos. Até o cinema nacional já tratou do assunto - com maestria, diga-se de passagem. Mas uma das maiores provas da suposta nacionalidade Dele é a ausência de grandes catástrofes naturais em solo nacional. A terra já andou tremendo no litoral de Santos ou em algumas cidades do nordeste, mas nada que causasse grandes perdas. No entanto uma hipótese divulgada nos últimos anos tem deixado muita gente com a “pulga atrás da orelha”: a possibilidade de um tsunami nas costas norte e nordeste do Brasil ocasionada pela erupção de um vulcão nas Ilhas Canárias, no litoral norte do continente africano.

“Segundo Bill McGuire, diretor do Centro de Pesquisa de Riscos Benfield Grieg, da University College of London, um grande bloco de terra, aproximadamente do tamanho da ilha britânica de Man (572 km²), está prestes a se desgarrar da ilha de La Palma, nas Canárias, após uma erupção do vulcão Cumbre Vieja.”
Fonte: http://180graus.com/geral/vulcao-nas-ilhas-canarias-ameaca-explodir-e-gerar-onda-de-ate-100m-351881.html de 12/08/2010

A última erupção do Cumbre Vieja foi em 1949, quando o flanco oeste desmoronou, apenas cerca de 4 metros desta parte afundou no mar. Esta erupção deixou o terreno instável. Conforme o site Ambiente Brasil:

“No caso das Ilhas Canárias foi observado um aumento da atividade sísmica/vulcânica no interior da ilha. Como a mesma estava inerte a várias dezenas de anos, o topo do cone vulcânico, que é a própria ilha, se consolidou de tal forma que se extinguiu o respiro ou válvula de alívio da pressão interna do vulcão. Assim, quanto mais sinais ela der de atividade vulcânica no seu interior maior será o risco de haver uma erupção vulcânica de grandes proporções. O tamanho da onda tsunami gerada será proporcional à quantidade de energia transmitida ao mar no momento da erupção.”
Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_salgada/os_tsunamis.html
 
Testes feitos em laboratório mostraram que a onda se propagará pelo Oceano Atlântico varrendo os litorais de Portugal, Espanha, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Ilhas do Caribe, países da América Central e do Sul,  da costa norte do Brasil até o estado da Paraíba, além da própria África. Não existem dados concretos com relação aos tamanhos das ondas, pois estas vão variar de acordo com a intensidade da erupção e da possibilidade de haver o desmoronamento de uma das paredes do cone do vulcão. Estudiosos garantem que as ondas podem ser de cerca de 35 metros na costa da África até cerca de 6 a 10 metros na costa norte do Brasil.
Mas este tema não foi abordado aqui para alarmar ou divulgar notícias fantasiosas, mas para colocar algumas questões: O que as autoridades brasileiras estão fazendo a respeito? Existe um plano de contingência? Em quanto tempo haverá a desocupação da costa? Como avisar as comunidades pobres, vilas de pescadores e comunidades ribeirinhas, principalmente ao longo do Rio Amazonas, que deverá ter uma pororoca sem precedentes?
Vale ressaltar que as grandes capitais, como Fortaleza e Recife, têm a maior faixa urbana ao longo do litoral, com altitude média de apenas 3m acima do nível do mar.
Uma amiga minha, que trabalhou num hotel do Algarve, em Portugal, me contou certa vez que houve um alerta de tsunami na região. Segundo ela, a área foi evacuada em cerca de DUAS HORAS. Felizmente não houve o tsunami, mas fico aqui pensando em quanto tempo uma cidade brasileira poderia colocar todos os moradores e visitantes em segurança caso houvesse um alerta deste tipo.
Os brasileiros têm o péssimo hábito de achar que nada de pior vai acontecer. Este otimismo é na realidade um comodismo ignorante. Vejam as catástrofes naturais pelas quais passamos nos últimos dois anos. Quantas mortes poderiam ser evitadas na região serrana do Rio de Janeiro? Quantas pessoas poderiam ter escapado dos desmoronamentos na região de Angra dos Reis, no município de Mauá, na capital paulista e em vários outros locais Brasil afora? Quantas perdas financeiras, pessoais, sonhos, sofrimentos...
Todas estas questões me fazem lembrar de uma piadinha sem graça que ouvi há muito tempo. A velha piada contava que Deus, no momento da criação, foi questionado (não me perguntem por quem):
- O que o Senhor vai colocar nesta faixa de terras, a que chamarão de Europa?
- Ah! Aqui eu vou colocar terremotos, nevascas, vulcões, e um povo briguento que sempre estará de mau humor.
- Certo, Senhor. Mas e nesta outra área, que chamarão de África?
- Aqui eu vou colocar também muitos vulcões, muita fome, muita seca, desertos, animais ferozes e peçonhentos.
- Tá bom, Senhor. E nesta grande faixa de terra que será chamada de Ásia?
- Boa pergunta. Aqui vou colocar várias religiões, muitas crenças, que não se aceitarão e não se respeitarão. Mas também vou colocar terremotos, maremotos, vulcões, desertos de sal, riqueza contrastando com pobreza, muito dinheiro e muita fome.
- Senhor, se me permite uma outra pergunta. Por que neste pedação de terra que se chamará Brasil eu não vejo desgraças como nos outros lugares do mundo?
- Bem, neste local eu vou colocar praias lindas, natureza exuberante, muitos rios de águas límpidas, animais exóticos, clima ameno, a maior floresta tropical do mundo e não haverá terremotos, maremotos, nevascas ou vulcões.
- Mas Senhor, por que tantas coisas boas no Brasil e só desgraça no resto do mundo?
E Deus, do fundo da sua sabedoria infinita respondeu:
- Você ainda não viu o povinho que eu vou colocar lá!
Não concordo com o fim da piada, mas penso que deveriam mudá-la para: você não viu o tipo de políticos que eu vou colocar lá.
Por que todo mundo reclama dos nossos políticos e não faz nada? Por que nossos políticos só pensam em enriquecimento ilícito e em levar vantagem em tudo? Por que só o salário deles pode ter aumento real? São tantas as perguntas que você, leitor, gostaria de incluir neste rol.
Mas vamos pensar então em Turismo, e não em política. Um notícia desta pode influenciar a escolha do turista? Os milhares de brasileiros e europeus acharão mais seguro outros destinos ao invés de Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife? E se tivermos um plano de contingência seguro e eficaz, capaz de garantir a segurança destas cidades na possibilidade da erupção do Cumbre Vieja?
Lembro-me que quando trabalhava no Le Meriden Bahia tivemos um ensaio de evacuação do prédio para casos de incêndio. Tínhamos que pensar em todos os hóspedes, nos que estavam dormindo ou utilizando as diversas áreas do hotel, utilizando uma lista com todos os nomes e, no final, com a certeza de que 100% estavam seguros, inclusive os funcionários. Conseguimos esvaziar o hotel em cerca de 30 minutos. Considerando que são raros os hotéis que têm este tipo de treinamento, associado à ineficácia do poder público e à catástrofe anunciada, não vejo bons resultados.
Existem tantas secretarias municipais, estaduais, federais, além das associações ligadas ao turismo e NENHUMA se manifestou ainda. Até quando o planejamento vai ser deixado em segundo plano? Até quando este comodismo ignorante disfarçado de otimismo vai dominar? Quando é que o poder público vai começar a pensar nas infinitas possibilidades que podem colocar em risco a vida da população? Não é somente a possibilidade de erupção do Cumbre Vieja, mas a ocupação irregular de encostas e áreas de risco, beiras de rios e córregos, destruição das matas ciliares, assoreamento de rios e lagos, falta de fiscalização e licenciamento de obras – inclusive as públicas, lixões clandestinos, esgotos irregulares, epidemias de dengue, esquistossomose, bicho barbeiro, AIDS, hepatites... Quanta desgraça por falta cuidados, educação e principalmente INICIATIVA de quem pode realmente fazer alguma coisa.
A erupção do Cumbre Vieja é uma hipótese assim como os desmoronamentos de encostas da região serrana do Rio de Janeiro eram antes de acontecerem, com uma única diferença: a primeira foi elaborada por um grupo de cientistas e a segunda? Não sei... ninguém noticiou, ninguém publicou, ninguém divulgou...